História
Memória histórica da Academia Tubuciana de Abrantes
A génese da Sociedade Literária Tubucciana:
Parece que a primeira Academia, foi instituída por Platão, cerca do ano de 386 a.c. A Academia, segundo Maria Luísa Malato Borralho, toma conta do tempo, de todos os tempos: estende-se tentacularmente, legitimando-se com argumentos do passado, do futuro e do presente. Dizemos nós, num misto de elegia, profecia e constituição do devir. Será quase sempre uma Utopia.
Durante os séculos dezassete e dezoito diversos eruditos abrantinos pertenceram a Academias ou sociedade literárias em Lisboa, certamente que, algum rasto destas figuras e suas letras influenciaram os nossos progenitores.
Talvez o maior académico nascido em Abrantes, tenha sido, o erudito Padre João Ayres de Moraes, que chegou a ser Presidente da famosa Academia dos Singulares de Lisboa, criada em Lisboa, e que durante os finais do século XVII, publicou diversos poemas.
Foi sacerdote secular e Presidente da Academia dos Singulares na Corte, poeta gongórico dos mais importantes do seculo XVII. Foi Capelão do Hospital Real de Todos os Santos na Corte de Lisboa, onde compôs a sua mais importante obra o Tratado da Paixão de Cristo, para que fosse representada e com isso o Hospital tivesse algum proveito monetário. Este seu tratado aparece para venda nos catálogos de livros do seu tempo, denotando qualidade literária.
Relacionara a sua Academia com Sócrates, e com os versos horacianos na sessão de abertura da segunda sessão a 4 de Novembro de 1663 (Academia dos Singulares, pág. 20). Esta Academia foi uma das duas que existiram na Corte do seu tempo, sendo a sua formada por artistas, pintores, poetas, cristãos novos e gente da cultura portuguesa.
Esta Academia acreditava na crença da imortalidade da Poesia. Segundo autores coevos o sacerdote abrantino tinha dificuldades de visão, vivendo os últimos anos da sua vida completamente cego. Tinha grande talento para a poesia segundo um dos seus colegas, distinguindo-se entre todos o famoso António Marquez Lesbio, Mestre da Capela Real elogiando-o com estas vozes métricas:
Ó grande maravilla, ò pasmo raro!
Ser juntos luz, y sombra,
Ó rayo, que com fuego màs assombra;
Y siendo escure s claro;
Ó portentos del Cielo sempre largos,
Pues te vemos Cupido, y nos vès Argos!
Um dos primeiros diplomas da instituição
Fonte: IHGB – Instituto Histórico Geográfico Brasileiro
Beneméritos
Luís de Bivar Guerra
Senhora D. Zaida Bivar Guerra
Rodrigo Bivar de Sousa
Presidente eleito para o ano de 2024
Senhor Professor Catedrático Doutor Victor M.M. Lobo (Universidade de Coimbra)